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  • Foto do escritorDani Arantes

Eventos Corporativos. Quem faz o que e como cada um pode ajudar o cliente ?

As principais diferenças entre tantos segmentos que se complementam e se apoiam, mas, são completamente diferentes em suas atuações.


Sempre que uma empresa ou organização vai realizar um evento corporativo, por diversos motivos e objetivos, é muito comum que surja uma dúvida em relação a definição dos palestrantes, mestres de cerimônias e outras atrações que estarão no palco do evento.

Algumas empresas costumam abrir concorrências de mercado para definir agências que vão criar, produzir e organizar o evento, e delegam a elas também a função de resolver os palestrantes e outros contratados. Outras, optam por agir internamente e recorrem a agências ou banco de palestrantes em busca de sugestões de nomes e temas ou até mesmo buscam os palestrantes diretamente.


É importante compreender que esse modelo escolhido para a produção do evento é crucial não somente no processo de escolha e contratação mas principalmente para o resultado do evento.


Por isso, trouxemos aqui alguns pontos contemplando as principais diferenças entre esses segmentos que se complementam e se apoiam, mas, são completamente diferentes em suas atuações.

Um dos pontos principais é saber que o conteúdo do evento, através de palestras, por exemplo, não é algo a ser definido a partir de tendências de mercado – salvo exceções – ou alinhado ao tema cenográfico do evento, mas sim, a partir de uma estratégia interna que geralmente vem do time de recursos humanos ou gestão de pessoas ou a partir de uma necessidade específica de outros departamentos, mas sempre parte de uma motivação personalizada ou movimentação da empresa.


Assim, tudo bem se o mundo está falando de protagonismo, se essa não é uma habilidade ou competência que seu time precisa desenvolver, não precisa ser o seu tema.


E aí está um dos maiores pontos de atenção de uma empresa ao iniciar a contratação: não é e não deve ser um processo simplificado. É preciso certa dedicação e mergulhar nas necessidades e expectativas para as quais a estratégia direciona. Assim, não é razoável que temas generalizados, o que costumamos chamar de “briefing de uma palavra só” sejam a única orientação para que se comece a pensar em palestras, palestrantes, mestres de cerimônias e outras contratações. Nenhum tema diz absolutamente nada sem um contexto estabelecido.


A psicologia organizacional, a gestão de pessoas ou as neurociências, por exemplo, já dão conta de abordar em profundidade e com eficiência demandas corporativas, de forma que liderança, inovação, inovação, inclusão, diversidade e outras questões podem e devem ser abordadas com mais contundência.

Por exemplo, hoje, já podemos com toda certeza eliminar a expectativa de qualquer resultado das famosas palestras “motivacionais” ou trabalhar a empatia para além do conceito instagramável de apenas “se colocar no lugar do outro”, buscando o apoio da inteligência social e emocional para conteúdos mais relevantes.


Tão crucial quanto óbvio, é preciso debruçar sobre essa necessidade de comunicação que a palestra precisa resolver. Não é suficiente planejar conteúdo considerando apenas temas isolados e sem o contexto organizacional da empresa contratante. Além disso, geralmente, eventos corporativos fazem parte de uma estratégia de desenvolvimento de pessoas e imagina-se que essa estratégia seja única e diferenciada. Caso contrário, poderíamos utilizar conteúdos do youtube pra isso e economizar muito, inclusive. Ora, se é pra termos conteúdo replicado em todas as empresas, esta seria a solução ideal.


Este ponto já seria suficiente para que as empresas não delegassem a agências de eventos essas definições tão pouco colocassem em concorrência, já que se trata de soluções ligadas à estratégias de pessoas e de negócios, portanto personalizadas à força de trabalho, que é mais do que um diferencial. A percepção e pesquisa acerca dessas estratégias são uma expertise que uma agência de eventos não possui. Justamente por ser atualmente uma expertise muito específica.

 

Infelizmente, qualquer pessoa é capaz de intermediar a contratação de uma palestra.

Na verdade, isso tem feito do mercado de palestras um verdadeiro mercado de pulgas

ou dos palestrantes, commodities, reduzidos a temas.

 

Por isso, a atenção do contratante precisa estar na expertise de quem presta o serviço. São muitas as variáveis que compõem a definição do conteúdo, do tema e até mesmo da abordagem a ser apresentada em uma palestra. Por isso, a atuação de uma empresa especializada em curadoria de palestras ao lado do cliente é de suma importância.


Mas afinal, o que faz cada um desses atores que atuam a viabilização de um evento corporativo ?

O cliente – Sim, o cliente é ator principal nesse processo, é dele que parte todo o direcionamento e é a partir das escolhas dele que se estabelece o modelo de produção do evento.

Compreender que essa é uma tarefa interna e demanda certa profundidade é o primeiro passo. É do cliente que deve partir um briefing mais qualificado, com contexto que contenha informações de clima e cultura organizacionais.

Frequentemente recebemos de nossos clientes briefings de necessidade de palestras sobre liderança e ponto, inovação e ponto, mudança e ponto. E para que se possa ter a mínima expectativa de resultado, é preciso se dedicar um pouco mais a fundo nisso.


Agência de eventos – Agora vamos falar de expertise de fato. Agências de eventos são fundamentais e é quase impossível viabilizar um evento sem a presença deles.

Do cronograma ao catering. Produtores de eventos são praticamente super heróis. É inimaginável a quantidade de detalhes que um evento pede, mas, essa expertise criativa e operacional não se estende ao conteúdo de palestras.. Isso vai ficar claro quando falarmos sobre curadoria de palestras.


Agências (ou bancos) de palestrantes – É importante entender como essas agências, ou banco de palestrantes se estabeleceram e como elas estão hoje em relação ao conteúdo e conhecimento e principalmente em relação ao mundo do trabalho.

Antigamente (e sim, quase ontem), fazer contato com palestrantes famosos, apresentadores de TV ou jornalistas, por exemplo, não era uma tarefa simples. E essa era a principal inteligência de uma agência (ou banco) de palestrantes. Se o cliente não sabia como localizar ou obter informações para contratar um palestrante, precisava de um intermediário pra isso.

Hoje parece loucura, mas há 10 ou 12 anos não era tão simples assim descobrir o e-mail do Prof. Clóvis de Barros Filho, por exemplo, o que é possível hoje em menor tempo do que o levado para digitar esta frase.


Com tantos contatos, o caminho parecia óbvio. Buscar todos esses palestrantes, pedir a eles a autorização para colocar num site – hoje nem isso mais é feito, e muitas empresas divulgam trabalhar com palestrantes que travam uma verdadeira luta para ter seus nomes e fotos retirados de centenas e centenas de bancos de palestrantes – uma foto e uma mini bio. Pronto, temos uma agência de palestrantes. Sob demanda, as agências entravam em contato com o palestrante e cuidavam desse operacional: verificar agenda, valor, adicionar 10% de comissão, fechar o contrato e pronto. Simples assim.

Tente entrar em 5 bancos de palestrantes agora, nesse minuto. Você vai encontrar exatamente as mesmas fotos, o mesmo texto, as mesmas opções de palestrates em quase todos os sites.


Agora tente contatá-los. Entre em contato e peça uma sugestão de palestrante que trate de liderança, por exemplo. Em alguns minutos você terá todos os seus problemas resolvidos.


Dezenas de sugestões de nomes e valores. Todos perfeitamente alinhados com as suas necessidades e expectativas de comunicação. Todos perfeitamente alinhados às estratégias de pessoas da sua empresa.


Mas vamos pensar um pouquinho. São centenas de autores, estudiosos, pensadores envolvidos em educação corporativa, desenvolvimento profissional, psicologia positiva, psicologia de grupos, engajamento, teoria da motivação, teoria da autodeterminação, bem estar, saúde, comportamento humano. Obras inteiras dedicadas à construção da empatia (e seus três tipos). É um conteúdo de grosso calibre e que se apresentam assim, de forma rasa e sem nenhuma contextualização, numa rápida lista de sugestões de contratação. Não pode ser.


Os temas se colocam e se desenvolvem a partir da complexidade humana e das relações sociais e de trabalho, por exemplo. E se há tanto conteúdo, se há tantas mentes se debruçando sobre isso é porque de fato é complexo. Por isso não faz sentido algum pegar uma equipe, entender que ela está desmotivada e para ela entregar uma palestra motivacional sugerida por um intermediário sem nenhuma relação com a inteligência desse negócio.


Por isso é tão difícil decidir. Por isso é tão difícil avançar e geralmente essas decisões levam semanas ou até mesmo meses ou, em alguns casos, nem se resolvem. Não é raro um cliente estar tão soterrado de dezenas de opções que simplesmente não consegue definir. Porque as sugestões apresentadas não respondem de fato como uma solução. São apenas sugestões.


Então não faz sentido trazer um interveniente para o projeto, você está pensando.

Você está certo. Não faz sentido algum. A não ser que ele possa agregar valor ao seu evento.



É nesse contexto de qualificação de conteúdo e complexidade que entram as Agências de Curadoria de Palestras. E agora, mais um ponto extremamente importante: fazer curadoria não é apenas um termo bonitinho para transformar um banco de palestrantes em boutique.


É preciso conhecimento para exercer o cargo de curador. Sim, curadoria é um cargo exercido por um curador, que agrupa diferentes conhecimentos e expertise para atuar e desta forma colaborar com uma visão crítica e especializada.


Não basta entender de palestras e conhecer os palestrantes. É preciso conhecimento do que é a realidade organizacional das empresas e organizações e promover o encontro e adequação deste conteúdo com as necessidades da organização.

 

Vale um outro teste. Questione sempre a formação (conhecimento) desse curador.

Qual é o lugar de fala dele na sugestão/indicação de qualquer tema, conteúdo ou abordagem para a sua empresa. No que ele se especializou ?

O que ele conhece de educação corporativa ou desenvolvimento de pessoas ?

 

As pessoas estão sedentas de conhecimento e desenvolvimento e hoje, não esperam mais que esse conteúdo venha da empresa. É possível assistir uma aula de um prêmio Nobel pelo Youtube. Nesse sentido, o conteúdo de aprendizado no ambiente de trabalho precisa ser mais qualificado e mais inteligente sob pena de frustrar as expectativas dos colaboradores em relação ao empenho da empresa no seu desenvolvimento profissional.


Eu mesma já passei pela frustrante experiência de assistir uma aula de um “papa” do empreendedorismo que mais parecia uma coletânea de frases feitas motivacionais de instagram. Não faltou nem mesmo a recomendação de trabalhar enquanto os outros dormiam. Não é razoável que se aplique conteúdos assim nas forças de trabalho buscando obter resultados significativos. Não é razoável que se fale de empatia como sendo um super poder de sentir a dor do outro e ser um ser humano melhor. O mundo do trabalho é complexo. As pessoas são complexas. Ter empatia é um gasto de glicose absurdo, ou seja, demanda energia: biologicamente não é nada simples ser um ursinho carinhoso. E é com isso que nós precisamos aprender a lidar, com a realidade das pessoas.


Assim como o engajamento. Não é mais aceitável que o que nos seja dado como aprendizado seja a necessidade de uma força de vontade diária para vencer os obstáculos. A vontade do ser humano é de poupar energia a todo instante. Ainda trazemos essa herança de nossos ancestrais que precisavam ter energia para enfrentar uma grave ameaça ou até mesmo caçar, ou seja, é lutar contra a vontade e não tê-la mais forte. Além disso, o engajamento está ligado às forças pessoais de cada um, é uma questão de demanda e entrega e pouco ou nada tem a ver com motivação.


O que vai resolver sua necessidade de comunicação através de palestras, não é um cardápio de fotos e temas e uma listagem de nomes e valores, mas uma dedicação profunda de um profissional apto a te apoiar não somente no estabelecimento dessa necessidade, o briefing correto, mas no ajustamento ao seu contexto organizacional.

Esperamos poder ter esclarecido um pouco as questões de expertise fundamentais na prestação de cada serviço e poder contribuir para contratações mais eficazes e eficientes.


Abraços, e até a próxima.

 

Sobre o autor: Dani Arantes é Diretora de Atendimento da Connect Palestras. É formada em Gestão Comercial pelo Senac, Pós Graduada em Psicologia Organizacional e Gestão de Pessoas pela PUC e Consultora em Responsabilidade Social Empresarial e Bem Estar Organizacional. Possui certificação em Neurociência Aplicada ao Ambiente Corporativo, Gestão para o Desenvolvimento Humano e Gestão do Conhecimento e Inteligência Organizacional.

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